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Ocupação Refúgio
Refúgio é um lugar onde estamos acolhidos, protegidos de perigo iminente. É um estado, muitas vezes, provisório, de passagem, para voltarmos ao passado deixado ou seguirmos para um novo futuro. Esperança, expectativa. Onde encontramos refúgio diante da Covid? Em nossas casas? E como nos refugiamos da solidão do isolamento social? Nas telas, pela internet? Talvez, o coronavírus tenha disseminado uma experiência análoga àquela vivida desde sempre pelos povos refugiados. Desterrados em suas próprias casas. Sem chão.
Convidamos você, visitante, a explorar os recônditos dessa condição humana, através de narrativas interativas e imersivas na interseção entre tecnologia, arte, ciência e humanidades. Cada experiência a seguir é uma porta para diferentes dimensões e significados da palavra refúgio em nosso contexto histórico. Por trás de suas interfaces, estão processos criativos intensivos em pesquisa e cocriação, que amplificam a escuta atenta a pessoas na condição de refugiados políticos no Saara ou de refugiados sanitários no deserto do isolamento social.
A passagem por essa cúpula pode ser mais do que um refúgio temporário de nosso mundo habitual. Podemos encontrar povos e pessoas que vivem condições análogas às nossas. Vulnerabilidades que nos dizem respeito. E talvez, quem sabe, possamos desencadear uma experiência na direção do que o filósofo Vilém Flusser, em The Freedom of the Migrant (1985), chamava de uma filosofia da emigração – um deslocamento como um esforço criativo para reelaborar nossas relações com os outros e consigo mesmo.
O deserto do Saara é uma das regiões mais inóspitas do planeta. A região é seca o suficiente para mumificar cadáveres e matar bactérias. Por séculos, o povo saaraui vive sob essas condições extremas e acumula uma cultura nômade própria, onde as estrelas ocupam um lugar especial. A instalação oferece uma experiência imersiva e interativa no universo simbólico e afetivo do povo saaraui, através das histórias sobre as estrelas e suas vidas na condição de refugiados.
A instalação Irifi (2021) é um desdobramento do Estrelas do Deserto, um projeto de pesquisa-criação realizado por Felipe Carrelli no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Mídias Criativas (PPGMC), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob a orientação de André Paz, entre 2019 e 2021. O Estrelas do Deserto é um projeto transmídia que comporta uma série de experiências em diferentes formatos e suportes sobre o povo saaraui, orientados pelas perspectivas da divulgação científica e etnoastronomia, em parceria com o coletivo GalileoMobile. Os trabalhos do Estrelas do Deserto contaram com a colaboração do Grupo de Pesquisa em Multimídia (GPM) do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), e do grupo de pesquisa Bug404.
O corona infectou o mundo. Nos refugiamos em casa, dos perigos do contágio. Nos refugiamos na rede, da solidão de nossas casas. As telas eram janelas para a interação com o mundo. Em 2020, diziam: vai passar. Poucos imaginavam que 2021 seria ainda pior. Em Quarentena, o visitante se encontra em um apartamento imerso em projeções futuras das pessoas isoladas, respondendo à seguinte questão: como será o amanhã depois da pandemia?
A instalação Quarentena (2021) é um dos desdobramentos do projeto mais amplo de documentário colaborativo e multiplataforma Como Será o Amanha? (2020-2021). O projeto nasceu dos depoimentos, registrados em vídeos, de pessoas, em isolamento social, que responderam à questão: como será o amanhã depois da pandemia? O projeto é produzido e dirigido por André Paz, professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e do Programa de Pós Graduação em Mídias Criativas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGMC/UFRJ), coordenador do Bug404 (bug404.net). Contou com o apoio de uma rede de parceiros e articula pesquisa e criação de narrativas interativas e imersivas, intensivas em tecnologia.
A Mostra Corona Bug apresenta uma seleção de seis projetos interativos online, onde o visitante pode encontrar acolhimento ao participar de forma ativa – mesmo que isolado em sua casa durante a pandemia. Em WindowSwap, pode abrir janelas ao redor do mundo. Em Human Online, encontrar rostos que dizem mais em silêncio. Em Corona Haikus e Museu do Isolamento, criar com a temática da pandemia. Em Cartografia de Memórias e Inumeráveis, registrar histórias e homenagear pessoas inesquecíveis.
A Mostra é uma seleção de projetos ativos em 2021 de uma pesquisa ampla, chamada Mapeamento Corona Bug, realizada pelo Bug404 em 2020, coordenada por André Paz. A equipe do Mapeamento contou com pesquisadores parceiros e alunos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e do Programa de Pós-Graduação em Mídias Criativas (PPGMC), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ). E com o apoio da Pró Reitoria de Extensão (ProeXc) da UNIRIO.
DIREÇÃO ARTÍSTICA
André Paz
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO, PROGRAMAÇÃO E PRODUÇÃO
Ana Cunha
CRIAÇÃO CENOGRÁFICA E DIREÇÃO DE ARTE
Celophane Cultural – Jefferson Duarte
MONTAGEM E ADEREÇAGEM ARTÍSTICA
Cenografia Sustentável – Renato Ribeiro
DESENHO DOS DISPOSITIVOS DE MEDIAÇÃO
Rafael Romão
COMUNICAÇÃO
Maria Carolina Rodrigues
DESENVOLVIMENTO WEB
Plano B Design
Realização:
Sesc Quitandinha – Petropolis – RJ
Gerencia de Arte, Ciência e Tecnologia
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